Coluna – Toda morte é trágica – Por Luana Mercês

Toda morte é trágica, seja por um escorregão no banheiro, seja por uma artéria que se rompe acidentalmente, seja por chamas que queimam átomo por átomo, até não restar nenhum sopro de vida…

Morrer deveria ser um processo de retorno mais brando, de voltar a ser criança, bebê, darmos nosso último choro, assim como foi na chegada, até desaparecermos completamente no útero materno…

A verdade é que morrer não deveria constar no roteiro da história de ninguém. Assistir quem vai, despedaça quem fica… A morte é contrária e estranha a natureza da vida, porque chegamos pra fazer festa, trazer luz à escuridão, chegamos PRA VIVER, por isso, dificilmente será aceita, digerida…

Será sempre nó, entalo, aperto.

Você acorda, toma seu café e sai pra trabalhar, e não volta. Era seu dia…

E você deixou as roupas no varal, a toalha em cima da cama, suas contas por pagar, sua cama por arrumar, seu cachorro esperando…

Você partiu sem realizar sonhos, sem abraçar quem amava, sem apreciar a sua comida preferida pela última vez…

Você se vai e silencia no WhatsApp, e na vida, pra sempre. Não importa como, nem quando, morrer é sempre trágico. Seja aos dois anos de idade, seja aos noventa.

 

Quem é Luana Mercês:

Luana é graduada em Educação física (UNEB) e bacharelado pela UNIASSELVI. Atua na área desde 2018, com grupos de atividade física e com crianças com deficiência. A escrita sempre esteve presença forte em sua vida, seja pelo amor, seja pela dor, após perder seu pai e seus avós.

 

 

Foto: Internet

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